Há pessoas que parecem ter o dom de convencer os outros sem que tenham que se esforçar muito. São capazes de pedir favores, de efectuar vendas ou de angariar fundos com aparente facilidade. Para os restantes, aqueles que são persuadidos, tal capacidade parece quase que “mágica”, como fazendo parte da personalidade dessas pessoas e sendo por isso inatingível para os restantes. É por isso natural que muitas vezes se fale na “arte da persuasão”, porque a arte é algo que se desenvolve e cultiva mas que dificilmente se aprende. Anos passados em escolas artísticas não tornam qualquer um num pintor famoso; ou se tem arte, ou não se tem! Mas este pensamento aplicado à persuasão está errado! A persuasão não é uma arte, é uma ciência, ou melhor, um ramo de uma ciência que se chama psicologia!
Os processos de influência e persuasão já são estudados desde a Grécia Antiga, com a Retórica de Aristóteles como referência máxima, mas continuam ainda hoje a fascinar os investigadores na área das ciências sociais particularmente na área da psicologia social. Estudar os mecanismos que levam a que alguém esteja em melhores condições para persuadir, ou ser persuadido, tem sido preocupação de vários investigadores cujos trabalhos desmistificaram a ideia da persuasão como uma arte controlado por uns poucos, e a colocaram num patamar científico e disponível para ser aprendida por qualquer pessoa.
Um desses psicólogos sociais é Robert Cialdini, professor na Universidade Estatal do Arizona e presidente da empresa Influence at Work. Cialdini tem sido um dos investigadores mais envolvidos com as dinâmicas da persuasão e da influência social sendo um dos nomes mais respeitados a nível académico nesta campo. Este autor é sobretudo reconhecido pela sua definição dos 6 princípios base que estão por detrás de qualquer tentativa de persuasão, uma teoria que tem servido de pilar no qual o estudo deste tema se tem suportado nos últimos anos e que se encontra delineada na obra Influence: The Psychology of Persuasion